Tenho lido e ouvido numerosas críticas às chamadas redes sociais, sobretudo à mais popular delas no Brasil, o Facebook. Há mesmo pesquisas, como uma recente da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, que apontam o abandono massivo dessa rede em futuro próximo (hoje, ela conta com cerca de 1,2 bilhão de usuários no planeta). Talvez isso, de fato, ocorra. O mundo da tecnologia em geral e da internet em particular muda em velocidade impressionante.
Qual brasileiro não se lembra da “febre” do Orkut? Hoje, a maioria de meus amigos e conhecidos ou cometeu o tal “orkutcídio” (retirada definitiva do próprio perfil dessa rede social) ou simplesmente parou de acessá-lo. É razoável supor que algo idêntico ou semelhante também possa ocorrer com o Facebook, o Twitter, o Instagram e até mesmo com o ainda impopular (ao menos no Brasil) Google Plus.
A explicação para um possível “facebookcídio” (como já se apelidou a perspectiva de abandono dessa rede) pode estar em diferentes fatores, combinados ou não: superação do “modismo”, cansaço ou enjôo desse tipo de relação social, desenvolvimento de opções de relacionamento virtual com recursos mais sofisticados (ou mais simples, conforme o gosto de cada um), mudanças nas próprias redes atualmente existentes (alterações que, claro, desagradem aos clientes, como algumas já em operação), desequilíbrio na balança custo-benefício (do ponto de vista dos usuários) e mesmo a hoje improvável falência do Facebook como empresa, entre outros.
Se fosse apostar, eu apostaria que o abandono massivo das redes sociais virtuais não ocorrerá tão cedo e o do Facebook muito menos, especialmente no Brasil. Penso assim por um motivo principal: essa rede social consegue combinar entretenimento, intercâmbio de informação e interatividade, algo que os brasileiros parecem apreciar bastante.
Os participantes da rede encontram nela tanto o lúdico quanto o mórbido, tanto o cômico quanto o trágico, tanto o útil quanto o fútil, tudo em uma mesma plataforma. É fonte praticamente inesgotável de informações diversas. Tudo isso sem que se cobre um centavo. De quebra, redes desse tipo ainda oferecem a opção multimídia, ou seja, o internauta pode postar texto, foto, vídeo e montar seu mural virtual como bem quiser.
Essa liberdade também faz diferença. Sem contar que o Facebook (e congêneres, ainda que menos populares) também funciona como superagenda, onde o usuário pode marcar compromissos, convidar amigos para eventos (sociais ou políticos), aceitar ou recusar convites diversos e o principal: pode ter, com alguns cliques, acesso a centenas de amigos e conhecidos, acompanhar suas vidas e, inclusive, encontrar muitos daqueles de quem perdeu o contato. Enfim, o Facebook já provou seu superpoder de mobilização social.
Last, but not least, há mais dois elementos presentes nessa forte ligação dos internautas com o Facebook e alguns de seus concorrentes: 1- o inescapável narcisismo presente, se não em todos, ao menos na maioria dos seres humanos, isto é, a oportunidade de mostrar-se, exibir-se, expressar-se; e 2- o igualmente inevitável (e complementar) voyeurismo, ou seja, essa tendência quase irrefreável que tanta gente tem de saber o que se passa na vida dos outros, essa curiosidade de perscrutar a intimidade alheia – ainda que “editada”.
Ao fim e ao cabo, o Facebook, nesse sentido, funciona também como uma espécie de revista “Caras” democrática, que dá direito tanto a ricos e famosos quanto a pobres e desconhecidos de posar diante de castelos ou sob o dorso de um cavalo, exibir a marca do biquíni ou o volume na sunga, ostentar o carro novo ou a namorada nova. Enfim, como sempre se disse do papel, o Facebook aceita tudo. Bem, há regras que impõem limites a certos abusos, mas, no geral, há bastante liberdade nessa rede.
Independentemente dos riscos e implicâncias relativas ao controle de dados pessoais que empresas multimilionárias e poderosas, como o Facebook, possam ter e utilizar, elas acabam por convencer a maioria de que a relação custo-benefício de participar delas compensa. Ao menos até agora…
Muito bom o seu texto… e concordo com vc. Sou uma das frequentes visitantes do Facebook e para mim não trouxe nenhuma desvantagem… tomara que dure muito tempo.
reconheço a importância das novas mídias – sociais ou não, mas não sou mais usuário do facebook e não sinto falta.
O Facebook é para mim, uma porta para o mundo na divulgação da arte brasileira. No Brasil o grande público não frequenta galerias de artes ou museus com mostras de artistas brasileiros, exceto quando envolve artistas internacionais ou mostras coletivas com + de 100 artistas expondo simultaneamente dos quais já participei no Museu Nacional da Republica – Brasil.
Concordo em gênero, número e grau o texto acima. A minha obra em pouco tempo está sendo visitada por mais de 30 países e mais de 150 mil acessos. A população inteira de minha cidade visitando meu blog que conta toda a minha trajetória artística com textos e imagens. Toninho de Souza – Um artista universal.