Hoje é dia de maldade. Vim colocar minhoca na sua cabeça, pulga atrás da sua orelha. Banca? Segura a onda? Mesmo? Não venha reclamar depois. Lanço aqui o desafio: pensar no que você tantas vezes evita ou, talvez, desconheça. Vamos lá?
Para começar, proponho que você reflita um pouco sobre a ideia de negação. “A negação é um mecanismo de defesa inconsciente em que o conflito emocional e a ansiedade são evitados por recusa em reconhecer pensamentos, sentimentos, desejos, impulsos ou fatos conscientemente intoleráveis”, afirma o psicólogo clínico e psicoterapeuta português Pedro Martins.
Acredito que todas as pessoas vivem ou já viveram o estado de negação. Você, portanto, está entre elas. Aposto que você já deu uma de avestruz, enfiou a cabeça na areia e fez de conta que algo considerado ruim não existia (sim, eu sei que essa história de avestruz enterrar a cabeça é lenda, mas gosto da analogia porque a imagem funciona).
Agora que você já admitiu (espero!) ter feito de conta, ao menos uma vez, que um problema não existia, que tal resgatar essa situação? Qual problema (ou quais problemas) foi esse que levou você a negá-lo? Por que fingiu que ele não existia? O que paralisou você a ponto de evitar buscar uma solução? A separação de seu pai e sua mãe? A atração pela namorada ou pelo namorado de sua melhor amiga ou de seu melhor amigo? Uma situação financeira ruim?
Recordou-se? Como se sentiu? Essa lembrança fez mal, fez bem ou foi indiferente para você? Podemos seguir em frente?
O próximo passo é descobrir se você está negando a existência de algo hoje. Provavelmente, está. O que seria? O que você finge não existir? Do que você está fugindo? De uma doença? De uma perda? De uma separação? De uma paixão? De uma atração sexual que você considera errada ou pecaminosa? Da conta em vermelho no banco? Pense! Ignore o medo.
Lembrou? Descobriu? Não? Tente de novo. Enfrente o espelho. Coragem!
Agora que você corajosamente enfrentou negação ou negações do passado e do presente, que tal refletir sobre o que está levando você ao estado de negação hoje? O que impede você de encarar a situação e tentar resolvê-la? Mais: no que você está se apegando para sustentar essa negação? Família? Igreja? Trabalho? Uma pessoa? Sexo? Drogas? Rock’n’roll? Tudo isso junto? O que foi? Pense!
Estou sendo muito atrevido? Talvez sim. No entanto, estamos longe agora. Não vejo você. Não sei se é amiga, amigo, parente, conhecida, conhecido, fã, desafeto. Tenho apenas ideia de quem segue este blog. Presumo que sejam pessoas suficientemente esclarecidas para saber que encarar o próprio espelho é tarefa difícil. Exige bravura e, na maioria das vezes, psicoterapia também. Que tal ir atrás de um ou de uma psicoterapeuta?
Sabe por que digo tudo isso? Não sou psicólogo, nem trabalho para profissionais de psicologia, portanto, nada tenho a ganhar, materialmente, ao defender que você busque um ou uma psicoterapeuta – ou psicanalista, se preferir alguém dessa linha. Digo isso porque, se você chegou até aqui, algo tocou você neste texto. Se não, tê-lo-ia abandonado logo no início ou no meio. Apenas curiosidade? Será mesmo? Não haveria algo mais nessa curiosidade? Ou será que o estado de negação ataca outra vez, e você não admite que estou certo, embora precise, sim, de terapia para mergulhar fundo em si mesma (o), entender melhor aquilo que nega, admiti-lo e superar mais esse desafio na vida?
Boa, Luciboy! Já dizia Sócrates “conhece a ti mesmo”. A honesta autoreflexão é fundamental para um caminho mais sereno e pleno nesta vida. Forte abraço.
Muito obrigado por seguir o blog e fazer comentários de incentivo. A gente gosta disso. Rsrs…
Desconstruir-se para reconstruir-se. Entre o céu e a terra há muito mais do que podemos ver. Às vezes, até nossos próprios sentimentos ficam turvos na água da vida…
Vc leva jeito pra Psicologia.
Já me disseram isso. 😉