Um amigo leu atentamente meu artigo anterior (“Por que há quem jogue fora um possível bilhete premiado?”) e, como faz sempre que pode, expressou sua opinião. Teceu elogios e críticas, todas construtivas. Normalmente, mantenho o debate entre mim e ele. Desta vez, porém, concluí ser importante compartilhar ao menos uma das ponderações dele com os demais leitores. Aqui vão o que ele observou e minha resposta.
Em síntese, a crítica dele que mais chamou minha atenção foi a seguinte: quando defendo o amor correspondido, passo a impressão de que ele é perfeito. Ele não usou exatamente essas palavras, mas foi algo bastante próximo disso. Tendo a concordar com ele. O fato de A gostar de B e de B também gostar de A não é garantia de plena satisfação amorosa. Há pessoas que se amam, mas simplesmente não conseguem ser felizes juntas, por incrível que pareça.
No entanto, em meu artigo anterior, levo em consideração os casos de pessoas que se separam apesar de ainda gostarem uma da outra. Isso não deixa de ser uma forma de reconhecer o fato de que amor correspondido pode não ser suficiente. Em todo caso, insisto em um ponto: melhor viver esse amor (ou paixão) que se reprimir e passar o resto da vida se perguntando como teria sido se tivesse tido essa experiência.
Posso estar sendo romântico e idealista, mas jamais resisto a uma relação em que meu sentimento encontra reciprocidade. Se ela der errado, lamento, mas acho que lamentaria muito mais se não tivesse tentado. Gosto da frase “o sonho faz parte da realidade”. Ela resume meu pensamento sobre romance. Ele faz parte da vida, por mais ilusório que seja (e muitas vezes não o é).
O ponto que meu amigo levantou, portanto, é válido, mas me permito uma vírgula, isto é, o direito de defender o “bilhete premiado”, e acrescento reticências, pois a vida segue seu curso e pode surpreender tanto românticos quanto realistas. Ainda bem!
Gosto da resposta.