Quem é quem. O fato e o relato.

Meu amigo R… foi quem começou. Provocador, disse que já identificou muita gente conhecida em textos meus neste blog. Havia mais pessoas à mesa do bar. Minha amiga V… me disse, então, que ela mesma tinha se identificado em um dos episódios que narrei aqui. Admiti que ela realmente havia me inspirado. Prometi um dia revelar quem era quem daquele grupo. Antes disso, resolvi escrever a seguinte mensagem para quem estava à mesa do bar naquela noite, e ela vale para outras pessoas amigas e conhecidas também.

 

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Galera do bem, preciso revelar a vocês parte de meu processo criativo. Assim, espero que compreendam melhor como e por que vocês se identificam e podem voltar a se identificar com alguns personagens de meus textos.

Quando sinto vontade de escrever sobre determinada situação real – geralmente porque ela é instigante – eu, de fato, me refiro a algumas ou a alguns de vocês. No entanto, lembrem-se, por favor: nada aqui é 100% fiel à realidade. Creio até ser impossível haver um relato absolutamente idêntico ao fato.  Faço vários ajustes, mais ou menos como os roteiristas quando adaptam obras literárias para a linguagem do cinema.

Dessa maneira, por mais identificados que vocês se sintam, por mais que a descrição das pessoas e situações remeta a um ou a uma de vocês, não estou descrevendo vocês fielmente, e isso vale para todas as pessoas que incluo em um ou mais artigos deste blog. Os diálogos também passam por adaptações. Tecnicamente, posso dizer que faço paráfrases. Não expresso ipsis litteris o que ouvi. Isso  é consciente e proposital. Daí eu optar por pseudônimos ou usar apenas as iniciais dos nomes das pessoas. Protejo a identidade delas e, ao mesmo tempo, me protejo, pois evito que alguém me acuse de estar expondo sua intimidade em público.

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Outro motivo pelo qual altero a maioria dos diálogos e, às vezes, até certas situações, é eu poder ter a liberdade de discorrer sobre um tema, usando o fato apenas como inspiração. Lembram aqueles alertas do cinema, que dizem “Este filme é baseado em fatos e pessoas reais”? Pois é… Como vocês sabem, basear-se não é o mesmo que retratar ou documentar. Parto de uma situação real para explorar ideias, expor pensamentos, lançar indagações.

Então, quando se identificarem com algum personagem de meus textos, pensem que vocês podem, sim, ter inspirado aquele personagem, mas talvez ele seja uma adaptação ou mesmo uma combinação de várias pessoas conhecidas minhas. Esse é, aliás, um recurso bastante comum a qualquer escritor ou escritora. No caso dos diálogos, sou ainda mais abusado. Já cheguei a pegar a ideia central do que ouvi e reformulei toda a conversa, inclusive minha própria participação nela.

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Para encerrar, agradeço pela atenção de vocês, por me darem a satisfação de ler este blog, que sinceramente escrevo sem grandes pretensões. Se, algum dia, se sentirem incomodados com algum relato, não hesitem em me dizer isso. Saibam, porém, que há sempre a possibilidade de a pessoa ali descrita não ser uma de vocês. De novo, recorro aos alertas da dramaturgia: “Qualquer semelhança com fatos ou pessoas reais terá sido mera coincidência.” Claro que muitas vezes não terá sido coincidência, mas haverá outras que terão sido mero acaso realmente. Como saber? Espero que não haja como saber mesmo. Essa é a ideia!

Forte abraço a todas e todos!

Até a próxima cerveja!

 

 

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