O que vai, o que fica…

Dizem que o universo conspira. Talvez. Há momentos na vida em que a gente acredita nisso. Vê motivos para acreditar. Certos encontros, por exemplo, parecem destino. Digo parecem porque realmente não tenho certeza de nada, e isso importa pouco agora. O fato é que pessoas entram na vida da gente de mansinho — ou de supetão também — e simplesmente ficam ali até um dia ou, melhor ainda, para sempre. Quando marcam, elas ficam para sempre, mesmo que seja somente na memória. Grudam na gente. Grudam na alma da gente.

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Fiz amigas e amigos em 2016 que eu jamais poderia imaginar tão perto de mim, não porque estivessem geograficamente distantes, mas porque era remota a probabilidade de os caminhos da gente se cruzarem. Na verdade, bem na verdade, era mais remota a probabilidade de meu caminho e o dessas pessoas se cruzarem. Elas já se conheciam. Tinham a mesma faixa etária. Estudavam na mesma faculdade. Algumas dividiam apartamento. Em suma, formavam um grupo. Fui eu que entrei na festa de penetra. Garanto que foi sem querer.  Não me arrependo. Uma vez lá dentro, virei convidado VIP.

Sabe aquela velha situação em que um amigo apresenta você para outro, e os dois conhecem outros tantos, que acabam conhecendo você e gostando de você também? Pois é… Entrei no grupo. Pulei dentro da panela fervente. Foi o máximo! Afinal, essas pessoas fizeram toda a diferença! Se 2016 foi um ano extremamente positivo para mim, devo quase tudo a esse grupo de novos amigos e amigas. Com o perdão do clichê, foi como se eu conhecesse a maioria havia muitos anos, décadas. Daí os fatos ajudam. Não foram só barzinho, festinha, filmes, rolês. Foram diálogos, risadas, confidências.

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Daí o ano chega ao fim. Projetos chegam ao fim. Novos projetos se anunciam. É hora de cada um tomar seu rumo. Como assim?! Vai quase todo mundo embora? Compra uma passagem de avião, embarca e pronto? Lá se vai tudo o que a gente viveu e poderia viver? Não. Felizmente, não é bem assim. Algo fica. Lembrança? Memória? Sim, claro. Só que esse algo que fica é mais forte que qualquer recordação. É a mudança que se operou dentro de cada um silenciosa e deliciosamente. É o que uns e outros, umas e outras fizeram com a cabeça da gente. Às vezes, essa mudança é visível, palpável. Na maioria das vezes, não. A gente apenas sabe, sente que ela está lá.

Abraços, beijos, selfies, diálogos, sorrisos, erros e acertos, macarronadas na madrugada… Tudo isso ainda é pouco se comparado a essa mudança íntima. Não sou mais o mesmo. Ninguém é mais o mesmo. Não há adeus mais forte que a mudança que outra pessoa fez na gente. Marcou, já era! Ficou, tatuou, malandro! Não há carro, ônibus, navio, avião que separe almas quando elas se tocaram fundo e descobriram juntas a diferença entre estar vivo e viver (como um do grupo afirmou).

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De repente, alegria rima com melancolia porque a gente sabe que nada será igual amanhã. Pode ser melhor. Pode ser pior. Mas igual jamais será. Esse encontro é único. Se o universo conspirar para um reencontro, tanto melhor. A gente torce. A gente deseja. A gente chora de saudade. A gente se comunica. A gente se recorda. A gente vai e volta no tempo. Enquanto isso, o tempo mexe com a gente. Mexe fundo. É quando me lembro de que a amizade é a mais bela forma de amor.

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