Aconteceu. Reli um post deste blog e não gostei. Já o tinha publicado, e muita gente, lido. Tarde demais para apagá-lo. Ficou.
É falsa modéstia de um autor dizer que não gosta do que publica. Pelo menos quando publica, gosta sim! Pode até não estar 100% seguro da qualidade do próprio texto, mas não o publicaria espontaneamente se achasse que está um lixo.
O que aconteceu, no meu caso, foi que, na hora em que postei o artigo, fui benevolente comigo mesmo. Depois de alguns dias, reli o escrito e lamentei tê-lo publicado. De qualquer forma, não está horrível. Apenas acho que ficou muito aquém do que eu gostaria.
Escrever pode ser uma necessidade, um vício, uma pretensão, menos um exercício fácil. Conteúdo e forma são dois Everests diante de um autor. O que dizer pode ser tão importante e complexo quanto como dizer.
Para ser bem franco, a prática de redigir ajuda muitíssimo, mas não resolve em 100% dos casos. Por mais experiência que um autor tenha, ele pode simplesmente ficar travado, bloqueado, ou perder, por algum tempo, a autocrítica.
Um autor pode se empolgar e, depois de escorregar no tobogã da vaidade, escrever sobre o que não entende ou disparar contra quem não merece ou simplesmente raciocinar mal, incorrer em falácias, enfim, produzir um discurso que só tem valor para ele mesmo — e olhe lá!
Resumo da ópera: se escrever não é nada fácil, publicar pode ser um desafio maior ainda. Exige segurança, bom senso e coragem.
Por isso, a compreensão dos leitores é bem-vinda, e a crítica construtiva também.