De repente, não mais que de repente, achei por bem alertar determinados internautas sobre este blog. Assim, não perderão seu tempo navegando por aqui. Segue-se uma síntese do perfil dos que dificilmente apreciarão minhas publicações neste espaço:
- Eruditos (acadêmicos ou não).
- Radicais (de qualquer partido, religião, crença etc.).
- Pessoas que têm certezas demais (maniqueístas incluídos).
- Moralistas.
- Mal-humorados.
- Defensores ardorosos da nova ortografia.
- Leitores desatentos e apressados.
- Críticos de cinema.
- Pessoas com grau de instrução inferior ao Ensino Médio completo.
- Crianças e pré-adolescentes.
Afirmei aqui uma vez que leitores de elevadíssimo nível de conhecimento – especialmente se forem das chamadas “Ciências Humanas” – devem ter pouco ou nada a adquirir neste blog, o qual, aliás, não pretende, nem de longe, equiparar-se aos livros de especialistas de alto gabarito, publicados mundo afora e aos quais esses leitores têm pleno acesso.
Como sou homem de poucas certezas – aliás, desconfio tanto das certezas quanto de quem as têm incrustradas na cabeça, no coração e no fígado – é natural que radicais e pessoas de convicções profundas não sintam muita simpatia por meus escritos. O mesmo devo dizer sobre maniqueístas, ou seja, aqueles que classificam pessoas e ações entre boas e ruins (Bem x Mal), sem qualquer espaço para o meio termo.
Defensores da “moral e dos bons costumes” – os tais “caretas”, como se diz na gíria -, assim como os mal-humorados, dificilmente apreciarão minhas idéias, embora eu não as defenda com unhas e dentes. Em todo caso, são idéias que penso ser, ao menos na maioria, liberais em termos de costumes, assim como debochadas e escrachadas às vezes.
Não adotei e não tenho em mente adotar neste blog a nova ortografia da língua portuguesa — possivelmente nem mesmo depois de ela tornar-se oficial. Um dia, com calma, explico meus porquês. Portanto, quem a defende com ardor corre o risco de incomodar-se com minha desobediência a essas novas regras.
Quem lê às pressas também interpreta às pressas. Portanto, prefiro ter menos leitores, porém atentos, a milhões dispostos a ler meu texto na diagonal, sem prestar atenção aos detalhes, à malícia de alguns deles, às pistas menos óbvias que deixo aqui e ali.
Críticos cinematográficos têm muitos filmes para ver, livros sobre cinema para ler, portanto não devem perder seu tempo com um autor que não tem a menor pretensão de analisar películas do ponto de vista artístico.
Quando se trata de cinema, eventualmente exponho minhas impressões. Na maioria das vezes, escrevo sobre um filme apenas porque seu enredo me levou a refletir, a “viajar”, independentemente de ser considerado obra-prima ou “de arte”.
Alguns filmes são, para mim, “ganchos” (como se diz em jornalismo), ou seja, ensejam a oportunidade para eu redigir sobre o tema que abordam. O fato de eu escrever sobre eles não significa sequer que gostei deles. Posso ter ou não gostado. Tanto faz.
Como, não raramente, lanço mão de referências e vocabulário mais usuais ao universo de quem concluiu ou está cursando o nível superior de ensino, acho improvável que pessoas com grau de instrução abaixo do Ensino Médio aproveitem e apreciem meus artigos e crônicas. Evidentemente, há autodidatas incríveis, mas suponho que não sejam a maioria, assim como crianças e pré-adolescentes intelectualmente precoces.
Espero ter sido claro. Quanto aos demais, suspeito de que compartilhamos muitas afinidades…