Um poço “até aqui” de dúvidas.

Acamado com pneumonia, entre um e outro sono mais ou menos leve, entre uma e outra crise de tosse mais ou menos profunda, vi na enfermidade uma oportunidade, algo bem ao gosto dos gurus da Administração. Longe do trabalho, pude dar-me ao luxo de pensar com calma sobre o que vejo, ouço, leio e até o que eu mesmo penso. Resultado prático: um poço “até aqui” de dúvidas.

 

O Pensador, obra de Rodin.

O Pensador, obra de Rodin.

 

Detenho-me em uma apenas, para não me alongar demais: o Brasil está, em geral, mais conservador, mais inclinado a reformas, nem um nem outro ou, na verdade, a multiplicação de meios de comunicação de massa, capazes de amplificar e disseminar muito mais vozes, dá a impressão de que umas ou outras têm mais defensores?

Elegi essa dúvida porque o recente noticiário nacional e internacional e a repercussão dele junto a articulistas e aos brasileiros que conheço têm dado ocasião a comentários os mais diversos, muitas vezes díspares, sem contar as teorias conspiratórias. Essa fartura de opiniões conflitantes despertou minha atenção e aguçou minha curiosidade.

 

O Pensador na versão em desenho de Gonçalo Viana.

O Pensador, de Rodin, na versão em desenho de Gonçalo Viana.

 

Mencionei dúvidas. Realmente, a própria pergunta sobre o Brasil estar mais conservador ou reformista (ou nenhum) engendra outras tantas:

1- O que significa ser conservador hoje em dia?

2- O que significa ser reformista atualmente?

3- Haveria uma divisão nítida entre essas duas posições ou elas poderiam mesclar-se?

5- No de caso haver realmente uma polarização extrema entre o pensamento conservador e o reformista, qual deles estaria na dianteira, isto é, contaria com mais adeptos?

6- Como calcular o número de adeptos convictos de uma e de outra corrente de pensamento e ação?

7- Os meios de comunicação favoreceriam algum lado? Quais meios? Como? Quais meios beneficiariam quais lados?

 

Briga de galos, mosaico romano nas ruínas de Pompéia.

Briga de Galos, mosaico romano nas ruínas de Pompéia.

 

Leio e ouço impressões, opiniões, análises. Evidentemente, algumas me parecem mais fundamentadas que outras. Nenhuma, porém, consegue tirar-me do poço de dúvidas. A única saída é continuar lendo, ouvindo, dialogando, refletindo.

Posso não chegar a uma conclusão cabal (até porque certezas absolutas me assustam, incomodam e preocupam), mas ao menos terei idéia de qual rumo o Brasil pode estar tomando. Situar-se é o mínimo que se pode fazer. Ao menos por enquanto.

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