Do “chifre” ou da vida como ela é.

Os relatos são muitos e chegam até mim pelos próprios protagonistas. São traições dos mais diversos tipos, que se convertem, nas narrativas, em “momentos de fraqueza”, “escorregões”, “5 minutos de bobeira”, “primeira vez” e por aí vai.

A consciência sobre as possíveis conseqüências até constrange um pouco, mas não impede ninguém de “pular a cerca” (ou ajudar a saltá-la…). Parece haver uma incontinência generalizada. Poucos se seguram. Diante da primeira tentação, a maioria está pronta a sucumbir. Depois… Depois são outros quinhentos!

Traicao

Mesmo os que se culpam encontram logo uma maneira de atenuar o que fizeram. Deve ser uma espécie de autodefesa natural. Poucos admitem o que consideram um erro. O amor-próprio costuma ser um bom advogado…

Depois de ouvir tantos relatos, cheguei à conclusão de que o “chifre” é a regra, não a exceção. Conto nos dedos os conhecidos e as conhecidas que não traem ou não traíram, ao menos uma vez, seus parceiros.

Também são poucos os que não foram para a cama com uma pessoa comprometida, que curiosamente vem a ser, muitas vezes, o affair do melhor amigo ou da melhor amiga ou mesmo de um parente. Não por acaso, as obras de Nelson Rodrigues tanto sucesso fazem, inspiradas que são na vida real, nua e crua – geralmente mais nua do que crua.

Traição em dose dupla...

Traição em dose dupla…

Mas quem sou eu para condenar alguém? Limito-me a ouvir as histórias. Um amigo transa com uma mulher casada que acaba de ter um filho. Confessa que transava com outra casada e grávida.

Uma amiga (esta, até então, acima de qualquer suspeita para mim) foi para a cama com o noivo (hoje marido) de uma amiga dela. Outra está prestes a sair com o marido da tia, depois de ter ido para a cama com o marido de uma de suas amigas.

Dois amigos já compartilharam a mesma mulher e não sabem disso. Esta é de segunda mão: o noivo transou com a amiga da noiva poucas horas antes do casamento. Não os conheço, mas não tenho por que duvidar de quem me contou essa história.

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Moral – ou moralismo – à parte, não dá para negar: quem trai não quer nem gosta de ser traído. Essa é uma incoerência que observo em todos os que me relatam suas aventuras. Trair só é divertido para quem trai. Levar “chifre” dói. No mínimo, fere o orgulho.

Para complicar o quadro, o “chifre” vem sempre seguido de mentiras. Exceto nas tais relações abertas, ninguém conta o que fez (ou faz). O diabo é que muitas traições vêm à tona. O tempo fecha. Relações acabam. Mágoas ficam.

Curiosamente, o fato de a maioria deitar e rolar (muitas vezes, literalmente) não torna as traições uma prática social bem aceita. Ao contrário. O “chifre” é condenado. Até porque ninguém defende algo de que também pode ser alvo.

Chifre

Então, fica assim no reino da hipocrisia: “Você finge que só fica comigo, e eu finjo que fico só com você.” Estamos todos felizes. Podemos postar nossas fotos de família, nossas imagens sorridentes nas redes sociais e provocar emoção, alegria e inveja em parentes, amigos e conhecidos.

Nessa festa, onde ficam os fiéis, os poucos que preferem a monogamia? Deixo para a próxima. Tenho relatos desses também.

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