Oi, oi, oi! Salve Avenida Brasil!

Muitos amigos que sabem que estudei telenovela por anos me perguntaram por que não publiquei nenhum artigo sobre o estrondoso sucesso de Avenida Brasil. Foram tantos comentários na imprensa que não me atrevi. Seria repetitivo. A maioria bateu na tecla da nova classe C refletida na teledramaturgia. O que mais eu poderia dizer? Publiquei neste espaço, há alguns dias, um post sobre os absurdos de Avenida Brasil. Dei-me por satisfeito. Até hoje.

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Ao assistir ao capítulo final de Avenida Brasil, bateu a vontade de escrever mais sobre essa novela. Além do que já se disse, acho que vale a pena chamar a atenção para o fato de que ela fez sucesso apesar da inverossimilhança. Foi realmente o que mais me chamou a atenção nesse folhetim. O público não deu bola para o fato de a história ter tantos absurdos. O que parece ter pesado mesmo foi o fator identificação.

Quem não tem sede de justiça (ou de vingança)? De cara, todos se identificaram com Rita/Nina. Quem não tem sede de alegria, de espontaneidade, de sinceridade? Lá estava a calorosa população do Divino para matar essa sede. Quem não tem ambição? Carminha e Max cuidaram dessa parte. Avenida Brasil investiu alto nos arquétipos e, assim, mobilizou o imaginário coletivo de milhões de brasileiros.

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Independentemente da perspectiva econômica — um retrato da nova classe média, que também contribuiu para a identificação por parte do telespectador — as emoções de todos e de todas estavam lá refletidas: ódio, paixão, tesão, amor e, finalmente, o perdão redentor, presente no último capítulo.

Aliás, um dos méritos do autor, João Emanuel Carneiro, foi justamente ter dado à vilã o raro direito, em telenovelas, a uma redenção e, mais que isso, ao perdão da heroína. Ver Carminha e Rita abraçadas era algo que o telespectador jamais poderia imaginar!

Carminha

Enfim, uno-me à maioria de brasileiros que vibraram com o ritmo eletrizante de Avenida Brasil. Ao contrário do que alguns pernósticos gostam de pensar, me diverti com a novela mesmo ciente de suas limitações. O fato de observar as limitações de um produto da indústria do entretenimento não o torna menos divertido. Às vezes, torna-o até mais interessante.

Salve, Avenida Brasil, com seus absurdos misturados a um realismo-naturalismo que fez o telespectador realizar a proeza de esquecer o país ao mesmo tempo em que mergulhava nele de cabeça!

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