Ou ela ou eu!

Quem me vê malhando forte três vezes por semana não deve sequer imaginar o quanto sinto preguiça. Sério! Muita mesmo. Só que preguiça é assim: ou você vence a infeliz ou ela detona você. O que é melhor? Descobri a resposta a duras penas…

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Desde a infância, praticar exercícios físicos representa esforço extra para mim. Na escola, as aulas de educação física só não eram mais destestáveis que as de matemática. Esportes como futebol, vôlei e handball? Fugia deles como o Diabo da cruz! Na faculdade, graças a um problema de saúde que, bem administrado, não me impediria de malhar, dei um jeito de obter dispensa dos dois semestres de prática desportiva.

Resultado de anos de preguiça: sobrepeso. Seguisse aquele ritmo, chegaria à obesidade.

Vivi uma fase excepcional quando, já gorducho, decidi encarar uma longa temporada de academia. Fiquei empolgado com os resultados, tomei gosto pelos treinos (sobretudo os coletivos), mas curiosamente, uns dois anos depois, acabei retomando minha vida sedentária. Passei a fazer inócuas caminhadas ao ar livre, uma vez por semana, sem compromisso, aproveitando o momento para conversar.

Um belo (?) dia, passeando no Parque da Cidade, em Brasília, senti uma pontada na região lombar. Era o prenúncio de uma crise que, dias depois, teria como diagnóstico hérnia de disco. Pois foi ela a responsável por me fazer, na marra, vencer outra vez  a preguiça de malhar, afinal o ortopedista fôra claríssimo: eu nunca me livraria dela (sem cirurgia) se não emagrecesse e me exercitasse regularmente para fortalecer a musculatura de apoio à coluna. Lá fui eu encarar uma academia outra vez!

Salto no tempo: doze anos e muita malhação depois, sob o acompanhamento rigoroso de um personal trainer, venço três vezes por semana a preguiça de praticar exercícios físicos. Afinal, sempre me lembro da dor de uma hérnia e do que ela me impediria de fazer se eu não controlasse meu peso e reforçasse minha musculatura, além de me alongar.

man doing bench press

Foto por Bruce Mars em Pexels.com

Entre sofrer um pouco durante 40 minutos de treino, em média, e parar de dançar, correr, saltar e fazer sexo selvagem (esse último é brincadeira), adivinha qual prefiro?

A bem da verdade, estou longe de ser um daqueles magníficos exemplos de superação, que a gente admira nas reportagens de TV. Afinal, a preguiça de malhar nunca passou e provavelmente nunca vai passar. Por outro lado, gosto de lembrar que, mesmo sem cirurgia, levo uma vida absolutamente normal ou talvez até acima da média. Danço, salto, corro, faço caminhadas sem sentir dor e, quando sinto alguma, ela logo passa.

Não venci minha preguiça, mas ela tampouco me venceu. A gente vive uma espécie de cabo-de-guerra. Ela puxa de um lado. Eu, de outro. Não devo negar que ela me vence às vezes, mas eu acabo por superá-la em nome justamente da vontade de aproveitar a vida sem dores. Facilita muito o privilégio de poder pagar um personal trainer. É dele expressiva parte do mérito de eu vencer a preguiça e ter a hérnia de disco sob controle. Em todo caso, eu poderia gastar o dinheiro com outras atividades. Pagar um profissional para me ajudar a malhar direito significa algo, não?

Meu caso é literalmente de no pain, no gain. Não fosse a dor da hérnia, provavelmente não teria conquistado os benefícios da atividade física regular. Era a preguiça ou eu. Ainda é. Sigo vencendo.

 

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